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Uma viagem para o Ártico


terramundi - 7 de março de 2023 - 0 comments

O Ártico é um destino presente na lista de viagens de muitas pessoas. E por que? O que torna o Ártico tão espetacular? Extrema e pura, onde a natureza reina absoluta, a região tem o poder de remodelar sua perspectiva. É lar de espécies únicas como ursos polares, muskox, raposas e lebres endêmicas, que vivem entre as paisagens brancas de geleiras e fiordes. 

Um cruzeiro de expedição na região polar é uma experiência marcante e que recompensa aqueles que se aventuram. Saiba mais sobre a região do Ártico, o que conhecer por lá e por que o turismo responsável é importante para a manutenção da vida nesta zona extrema.

 

Como conhecer o Ártico?

Os itinerários para o Ártico são feitos através de cruzeiros de expedição, que chegam às regiões mais difíceis de se alcançar. As excursões para explorar a região são diárias, as vezes com mais de uma por dia. Entre os destinos ou enquanto navega no mar, você pode relaxar nas acomodações (que oferecem todo o conforto necessário) ou assistir a uma palestra sobre uma área específica de interesse (ou seja, história, flora ou fauna). 

Em alguns cruzeiros, também são oferecidas opções como caiaque ou caminhadas e, dependendo de onde você for, poderá ver fiordes, enormes icebergs e geleiras, tundras floridas no verão, vulcões e antigas formações rochosas, cachoeiras espetaculares e todos os tipos de maravilhas naturais.

 

Para onde ir? 

O Ártico representa cerca de um sexto da área do planeta, enquanto é o lar de apenas quatro milhões de pessoas. Mas ao contrário do único e grande pedaço de terra que é a Antártica, o Ártico consiste em ilhas pertencentes a vários países, como Canadá, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, Rússia, Suécia, e os Estados Unidos. Abaixo, listamos os três principais destinos para quem quer conhecer a região.

 

Groenlândia

Explorar enormes fiordes, fazer caminhadas e talvez até assistir a um espetáculo da aurora boreal. A Groenlândia é onde você pode ver muskox e, possivelmente, baleias e focas; caminhar pela tundra, explorando vales coloridos e subindo inclinações rochosas para desfrutar de vistas deslumbrantes e visitar falésias, onde diversos pássaros se encontram.

Quando ir? A escuridão melhora a visibilidade da aurora boreal no final do ano; portanto, se isso for importante para você, vá para a Groenlândia em setembro ou outubro.

 

Spitsbergen

Localizado na Noruega, recebe o nome popular de “Reino do Urso Polar”. Se você está procurando oportunidades para ver e fotografar a belíssima variedade de animais do Ártico, Spitsbergen é a região que deve conhecer. Além dos ursos polares, também abriga morsas, baleias, colônias de aves marinhas, renas e raposas nativas.

Quando ir? Se quiser ver ursos polares, vá para Spitsbergen em junho ou julho. Há mais gelo no início do ano e os ursos polares normalmente estão caçando. Mas se você espera ter uma chance de navegar em volta de toda a ilha, há mais chances de fazê-lo no final da temporada, quando o gelo já se quebrou e recuou um pouco.

 

Ilha de Baffin

Se você está procurando uma gama diversificada de experiências no Ártico, a Ilha de Baffin, no Canadá, é o lugar certo. Por lá você tem contato com a cultura Inuit, a história da exploração da região, a vida selvagem e paisagens espetaculares. A região é o lar de morsas, baleias, bois-almiscarados, lemingues, lobos e outras espécies únicas. E, para além da vida selvagem, você pode conhecer a cultura e a hospitalidade Inuit em pequenas cidades e vilas como Kimmirut, Pangnirtung e Pond Inlet, onde os artesãos mantêm a tradição secular de criar joias e esculturas de serpentina, pedra-sabão, mármore e pedras semipreciosas.

Quando ir? Visite a Ilha de Baffin do final de agosto a setembro, quando as condições são melhores para fotografia, observação da vida selvagem e caminhadas. Quanto mais ao norte vamos, mais tempo fica claro e, normalmente, há apenas algumas horas de crepúsculo a cada noite, sem escuridão real.

 

Por que viajar para o Ártico?

Um estudo escocês descobriu que o estresse e a fadiga cerebral são facilmente aliviados quando a pessoa passa um curto período de tempo na natureza. Combinado a isso, uma viagem para o Ártico oferece uma pausa dos dispositivos tecnológicos que viciam sua atenção – por lá há conectividade limitada com a Internet e praticamente nenhum serviço de telefone celular. 

Esse é o tempo e a energia que você pode dedicar para se reconectar consigo mesmo e com o mundo natural, onde o cenário espetacular, o silêncio e o movimento suave da água podem estimular um estado de serenidade. Além disso, viajar para um lugar tão extremo e diferente do seu cotidiano te leva para fora de sua zona de conforto, ampliando sua perspectiva de mundo e construindo sua autoconfiança para lidar com situações desconhecidas. Essa é a melhor parte: a redução do estresse e os aprendizados que você desfruta durante a viagem voltarão para casa com você.

 

Turismo responsável no Ártico

Não é novidade para ninguém que as mudanças climáticas estão acontecendo e o Ártico é uma das regiões mais afetadas. A temperatura tem aumentado em até sete vezes a média de aumento do mundo e os oceanos em aquecimento derreteram tanto do gelo marinho do Ártico que até mesmo o desenho do mapa-múndi se alterou. Os prejuízos não param por aí: com o derretimento do gelo, há também a erosão dos litorais, que causa crise nas comunidades árticas, além do degelo do permafrost (um armazenamento de carbono eficaz) e aumento dos riscos de incêndios florestais, inclusive na tundra. O derretimento do gelo também afeta o mundo além do Ártico, causando o aumento do nível do mar, mudanças na temperatura do ar e condições climáticas mais extremas. Muitas dessas consequências já estão acontecendo e já são irreversíveis.

Com tudo isso, o turismo responsável no Ártico é um tema que deve ser discutido. Viajar em parques nacionais e reservas de vida selvagem envolve o pagamento de taxas de parques, que apoiam a manutenção, proteção e monitoramento dessas áreas selvagens, além de incentivar a criação de novas áreas protegidas. Visitar comunidades remotas traz uma renda muito necessária e apoia modos de vida que estão desaparecendo. E palestras de especialistas polares em cruzeiros no Ártico oferecem uma chance inigualável de aprender, criando um navio cheio de embaixadores que retornarão para casa para divulgar o desaparecimento do Ártico.

Sim, o turismo pode ser uma ferramenta para incentivar práticas sustentáveis, aproximar viajantes da natureza e também para garantir o financiamento de ações de preservação. Tirar férias em uma viagem para o Ártico pode ajudar a fortalecer esta região, suas comunidades e a vida selvagem contra a exploração e as mudanças climáticas.

 

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