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Como a pandemia incentivou as pessoas às viagens sustentáveis


terramundi - 6 de julho de 2021 - 0 comments

Não era preciso que o turismo parasse para que ficasse evidente que o fluxo de viagens estava crescendo de maneira não sustentável. Mas esse período em que o distanciamento social foi necessário permitiu ver a influência dos turistas nos destinos de forma mais prática. O primeiro ano de pandemia de Covid-19 fez com que as emissões de carbono diminuíssem quase 50%, segundo a Carbon Monitor. A mancha vermelha sobre cidades e aglomerados industriais na Ásia e na Europa clareou. As águas do canal de Veneza se tornaram mais límpidas longe da movimentação turística. E, felizmente, essas informações foram o incentivo necessário para que viagens sustentáveis fossem mais consideradas.

Um relatório com a temática Viagens Sustentáveis foi realizado pelo Booking.com em 2021 e apontou que 78% dos viajantes brasileiros têm intenção de viajar de forma mais sustentável após a pandemia – índice que ficou acima da média mundial, de 61%. Os problemas elencados que mais preocupam os turistas do mundo todo são o excesso de lixo (46%), as ameaças à vida silvestre e ambientes naturais (38%), a superlotação de destinos e pontos turísticos (30%) e as elevadas emissões de CO2 (29%).

 

O que turistas pretendem tomar como responsabilidade para viagens sustentáveis

Ainda segundo a pesquisa, os viajantes elencaram responsabilidades que pretendem assumir em suas próximas viagens. 84% dos entrevistados se mostraram dispostos a evitar o desperdício em geral, 83% querem reduzir o consumo de energia e 79% desejam usar meios de transporte mais ecológicos, como caminhar, andar de bicicleta ou transporte público ao invés de utilizar táxis ou carros alugados. Além disso, 81% dos viajantes dizem que querem ficar em uma acomodação sustentável no próximo ano – o que é um aumento notável de 62% quando comparado aos dados de 2016.

Quando o foco da sustentabilidade é social e cultural, 84% dos viajantes acreditam que a compreensão cultural e a preservação do patrimônio cultural são fatores cruciais; 73% alegaram buscar experiências mais autênticas com as culturas locais; 76% desejam garantir que o impacto econômico do setor seja distribuído igualmente por todos os níveis da sociedade e 69% pretendem evitar destinos e atrações populares para garantir que eles não estejam contribuindo para a superlotação – o overturismo.

 

O que deve partir do setor de turismo

As iniciativas não devem partir apenas dos viajantes – embora essa mudança de visão em busca de jornadas mais responsáveis seja fundamental para que as viagens sustentáveis cheguem para ficar. A pesquisa do Booking.com também identificou que 35% dos entrevistados gostariam de ser incentivados, guiados e educados por prestadores de serviço da área turística sobre como adotar práticas mais responsáveis ao viajar.

É preciso que o setor se comprometa cada vez mais a transformar a maneira de viajar, com mudanças profundas na dinâmica turística. Estrutura hoteleira, funcionamento das atrações e frequência das companhias aéreas são fatores de extrema importância nesse processo.

Como primeiro passo, é preciso levar em consideração que um setor pautado por viagens sustentáveis envolve a real preservação ambiental (não apenas medidas que amenizem os prejuízos causados); o fomento à economia local; o respeito e não espetacularização da cultura daquele lugar e o engajamento social.

Ações sustentáveis no turismo são também um investimento – além dos benefícios sócio-ambientais, há estudos que comprovam o retorno financeiro gerado a médio e longo prazo. De acordo com um estudo feito pelo ICMBio, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, que é responsável pelo manejo de unidades de conservação em alguns parques nacionais, cada R$1 investido no instituto gerou R$7 para serem investidos nos destinos ao entorno dos parques.

 

O que já está sendo feito

Alguns países estão adotando medidas para diminuir a pegada de carbono que os trajetos de avião geram. Recentemente, o governo francês anunciou planos de proibir os voos com rotas curtas – trajetos que, de trem, levam 2,5 horas ou menos. Outros países estão trabalhando em políticas semelhantes, incluindo a Holanda, que tem uma extensa rede de trens e tenta proibir voos curtos desde 2013.

No que diz respeito às acomodações, há uma grande variedade de opções que já nasceram focadas na sustentabilidade e até mesmo na regeneração dos ambientes em que estão inseridos. Um excelente exemplo são os lodges da Great Plains Conservation em Botsuana, Zimbábue e Quênia; além dos hotéis do grupo Soneva nas Ilhas Maldivas. São acomodações de luxo – os lodges na África possuem até selo Relais & Chateaux – e que estão completamente comprometidas com a preservação do meio ambiente e com o desenvolvimento da comunidade local.

E não é diferente no Brasil. Há iniciativas exemplares e muito eficientes que, além de fomentar as viagens sustentáveis, também proporcionam experiências memoráveis aos viajantes. Alguns exemplos são Anavilhanas Jungle Lodge, Refúgio Caiman, Cristalino Lodge, Pousada Trijunção e Comuna do Ibitipoca – todos com os quais a Terramundi trabalha. 

 

Viaje de maneira responsável

E sem perder a profundidade. Quanto mais envolvido você se propõe a estar em um lugar, mais deseja preservá-lo. Assim são nossas viagens: feitas para que viajantes, natureza e comunidades locais interajam e transformem positivamente a vida um dos outros. 

Veja aqui um guia de viagens sustentáveis – e entre em contato conosco para planejar a sua jornada.

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