“A vontade de estar perto de quem a gente ama e de conhecer aqueles lugares que estão na lista de desejos é grande”, diz Mercedes Tristão, produtora cultural e assessora de comunicação que tinha a viagem como algo recorrente em sua vida. Como ela, dois outros amantes de viagens foram consultados pela Terramundi. Queremos saber, de viajantes assíduos, como serão as viagens em 2021. Quais mudanças os efeitos da pandemia de coronavírus trouxeram na prática, o que continuará durante o primeiro semestre e se as coisas podem se normalizar no segundo semestre. E, então, quem sabe viajar tranquila e constantemente de novo. Abaixo, eles nos contam como conseguiram passar por 2020, o que aprenderam e oferecem recomendações para sair e descobrir novos lugares este ano.
Daniel Nunes
Jornalista de viagens, Daniel já tinha o deslocar-se e descobrir o mundo como parte da rotina. Nos primeiros três meses de 2020 que antecederam a propagação da pandemia de coronavírus no Brasil, ele já havia percorrido 3 lugares distintos. “Tinha visto o ano nascer em Santo André, na Bahia, ido ver auroras boreais no inverno de Tromso, na Noruega, e tomado vinhos Torrontés deliciosos em Cafayate, Norte da Argentina”, conta.
Daniel Nunes em sua viagem à Noruega no início de 2020.
Depois da pandemia, mudou a maneira como se desloca. “Todas as viagens foram de carro, a dois ou em grupos reduzidos de amigos, fugindo das muvucas e dos fins de semana, sempre em contato com a natureza e investindo minhas economias em alimentos de alto nível e produção local”, revela.
Durante esse período, se adaptando aos cuidados que se mostraram necessários, Daniel acredita ter aprendido que dá para viajar se for de maneira esperta e atenta. “Com consciência coletiva e cuidados com as populações dos locais que viajamos, dá para viajar”, afirma.
É por isso que, nas viagens em 2021, seu foco continua sendo o Brasil, o trajeto por terra e a natureza. “Acho que ganhei maior consciência da importância de fazer isso com poucos e bons amigos e familiares, e da forma mais saudável: ao sol, comendo bem, rindo”. E dá também sua dica: “Os viajantes mais cuidadosos vão fazer como eu: turismo doméstico, regional, ecológico, rural, sustentável, consciente, em pequena escala. O ideal seria uma viagem para aquele destino sonhado do Brasil que você ainda não conhece, fora de temporada, priorizando hospedagem remota e passeios nessa linha: de carro, ao ar livre, comendo bem, priorizando a saúde mental ao lado de gente amada e divertida”.
Sobre a viagem que o espera em 2021, há uma prioridade na lista – Lençóis Maranhenses. “No meu caso, um destino inédito a conhecer. Será que a pandemia vai permitir que eu finalmente viaje pra lá em 2021? Tomara. Projeto Prioridade para a Saúde Mental em 2021”, finaliza.
Lençóis Maranhenses.
Mercedes Tristão
Para a comunicadora, “2020 me mostrou que quero estar ainda mais perto da natureza. Trabalhar remotamente, que já era uma realidade, é muito possível, e com isso podemos estar mais ciganos”. Mas também confessa que ainda não se sente confortável para pegar um avião. “Viajar pra mim, neste momento, significa estar em um carro bacana pra pegar a estrada, cruzar estados, cidades, encontrar cantos escondidos e histórias de pessoas que fazem parte de um Brasil profundo, que vivem de forma simples e que, de certa forma, ainda guardam um jeito naif de viver”, conta.
Em outubro de 2020 fez uma viagem familiar para Maresias, no litoral norte de SP. “Estávamos desde março em casa e achei que sair um pouco da cidade com eles nos daria energia para mais uma etapa do confinamento”, acredita. Por lá, continuou seguindo as indicações de distanciamento social e buscou praias mais afastadas, que ficavam vazias.
Sobre as viagens em 2021, acredita que a demanda para fora do país ainda deve estar muito contida, mas que jornadas para lugares especiais no Brasil estejam nos planos dos viajantes. “Se pudesse sugerir algo seria de que as pessoas buscassem destinos em que se sentissem verdadeiramente conectados com o lugar, entendendo o porquê da escolha, valorizando o presente e se desconectando das telas. E, sobretudo, respeitando e tendo cuidado com as pessoas e com o meio ao seu redor”, aconselha.
Além das cidades do Brasil, Mercedes conta que iria para Cuba em 2021. “Conheceria um dos lugares que preciso viver antes de morrer”.
Havana, Cuba.
David Dieguez
Programador da área de tecnologia e informação, David se manteve em isolamento social o máximo possível. “Não viajei. Imagino que, assim como eu, todos estão ansiosos para poder viajar novamente e quando tudo estiver mais ameno deve haver um grande aumento na busca por viagens”, acredita.
Sobre as viagens em 2021, além do aumento da demanda de viajantes, vê um cenário que exige flexibilidade das empresas de turismo. “Eu acho que vai contar muito a questão de planos flexíveis que permitirão remarcar voos e hotéis, quando for planejar minhas próximas viagens”, conta. E também dá sua dica: “uma viagem de carro com hospedagem que oferece infraestrutura para depender o menos possível de restaurantes e serviços de terceiros” será sua prioridade para uma jornada segura.
Reserve com confiança. Viaje em segurança.
Veja o que a Terramundi está fazendo neste momento em que cuidados extras são necessários.
