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Ruy Tone e o envolvimento com a Amazônia brasileira


terramundi - 12 de maio de 2020 - 0 comments

Conhecer a Amazônia brasileira ainda pode soar como algo aventureiro para algumas pessoas, mas o turismo na região já é desenvolvido há bons anos. Hoje, possui grandes exemplos de iniciativas alinhadas à responsabilidade social, ao cuidado com a natureza e às experiências autênticas para o visitante.

Conversamos com Ruy Tone, sócio e fundador das Expedições Katerre. Ele atua na Amazônia brasileira há mais de 15 anos e aposta em empreendimentos da gastronomia, hotelaria e expedições de barco na região.

“A Amazônia hoje é uma das últimas fronteiras onde você pode entender o que é a beleza e a grandeza da natureza em seu estado mais profundo. Ela virou pra mim uma causa de vida”, conta.

O empreendedorismo sustentável na Amazônia brasileira

Ruy -amazônia brasileira

 

Seu primeiro impulso foi a dificuldade de encontrar um produto autenticamente brasileiro que estivesse alinhado as responsabilidades socioambientais, como via em diversos exemplos espalhados pelo mundo. E, buscando por um destino com identidade brasileira, ele fez viagens pelo Pantanal e Amazônia.

“Na Amazônia conheci a região do Rio Negro, que é um lugar perto e tem a vantagem de a acidez da água afastar os mosquitos e pernilongos. Ali realizei minha primeira expedição em 2004, com o comandante Cléber e o Tito, alguns dos melhores guias que conheci na vida”, conta.

“Desde o começo tive uma conexão enorme com o destino e senti que poderia desenvolver um produto alinhado com o que eu acreditava: a necessidade de se relacionar de uma forma íntima com as pessoas que moram no lugar e também com a natureza” afirma Ruy.

Com o Cléber e o Tito, que viraram seus sócios, ele começou a desenvolver a semente do que é hoje a expedição Katerre e o Mirante do Gavião Lodge.

 

Barco Katerre - -amazônia brasileira

O entendimento da região para o diferencial do negócio

De acordo com Ruy, 90% do turismo na Amazônia é feito entre Manaus e Novo Airão. Sua intenção era explorar a região mais remota e virgem da floresta.

Hoje, sua empresa realiza expedições de barco por toda bacia do Rio Negro, desde Manaus até a fronteira com a Venezuela, visitando o Rio Jaú, que tem o segundo maior parque nacional do país, e o Anavilhanas que é um arquipélago de mais de 400 ilhas.

“Na Katerre oferecemos um conforto mínimo e adequado para as pessoas, possibilitando a experiência de estar inserido na Amazônia, mas sem ser agressivo e arrogante com as comunidades que visitamos”, ele conta.

Ruy acredita que a experiência oferecida por sua empresa é uma ponte para estabelecer relações mais enraizadas e justas, porque o objetivo é a troca. “Oferecemos vantagens aos turistas, mas também uma participação positiva de quem nos recebe. Queremos que tenham muito prazer em nos receber assim como temos muito prazer em visitá-los”.

Encontros amazônicos: a troca com o viajante e com a comunidade local

Para alinhar sua ideia à prática de seu negócio, Ruy encontrou na Fundação Almerindo Malaquias de Novo Airão uma oportunidade de fazer parte dessas mudanças.

“A Fundação é voltada para dois eixos de trabalho: a geração de renda através da confecção de peças de marchetaria e a educação para crianças de 6 a 16 anos com viés ambiental. Hoje a Katerre é a principal mantenedora da Fundação, que atende 40 famílias nas oficinas e 160 crianças com projeto de educação”.

 

 

“É muito importante que todos tenham consciência de que a Amazônia precisa ser preservada. É inacreditável olhar para a imensidão verde da mata e para o rio e perceber que você consegue se conectar e compreender o quanto a natureza é especial. E a gente está perdendo, tanto essa conexão com ela quanto a própria natureza em seu estado bruto.”

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