Beks Ndlovu tem uma história inspiradora. Quando pequeno, acompanhava sua mãe, que trabalhava como enfermeira, por áreas remotas de seu país, Zimbábue. Este contato com regiões imersas na natureza despertou-lhe o desejo de se tornar um guia profissional, começando sua carreira aos 18 anos e, posteriormente, tornando-se gerente de algumas dessas propriedades.
No entanto, ele achava que as opções de safári oferecidas eram, às vezes, muito rígidas e estruturadas, não dando ao viajante a flexibilidade de explorar as maravilhas do país de maneiras diferentes. Reuniu então pessoas com a mesma visão e valores e, começou a construir uma história incrível.
Seu sonho era desenvolver um camp selvagem e remoto, onde os guias realmente pudessem ser guias e onde os visitantes tivessem um encontro com a autêntica e velha África intocada. Ele se concretizou em 2006, quando, com apenas 29 anos, recebeu a concessão Somalisa no Parque Nacional de Hwange. Nascia a African Bush Camps.
O cuidado com a sustentabilidade
Beks escolheu alguns pilares para nortear os passos da companhia, sendo que o principal é preservação. Ele acredita que quanto mais tempo você passa na natureza, mais você entende seu impacto sobre ela.
As jornadas elaboradas por ele e sua equipe permitem que os viajantes e amantes da fauna e flora tenham íntimo contato com os diferentes ecossistemas. E que, ao voltarem para casa, possam repensar sua relação com o planeta. Fora isso, ocupar estas áreas com turismo responsável é uma forma de protegê-las da destruição.
Acreditando que a preservação não pode ser efetivamente realizada sem o envolvimento e desenvolvimento da comunidade local, nasce outro pilar de seu trabalho: a educação.
A cada noite de hospedagem vendida em um de seus lodges, a empresa doa USD10,00 para a ABC Foundation, que trabalha para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem nas vilas próximas, através de ações focadas em capacitação e desenvolvimento de habilidades destas populações.
African Bush Camps: do Zimbábue para o continente africano
Hoje, 14 anos depois, a companhia tem 15 lodges e camps no Zimbábue, Botsuana e Zâmbia e, ainda estão crescendo. Quando perguntado sobre seu sucesso, responde que sempre buscou o conselho de pessoas sábias e experientes que vieram antes dele. Diz que passa muito tempo ouvindo outras pessoas pelas quais nutre enorme respeito e que isso o ajudou imensamente.
Sobre o futuro, diz que pretende deixar um legado que permita às futuras gerações fazer um balanço e levar seu trabalho adiante. Entende que hoje alcançaram um equilíbrio saudável entre sustentabilidade econômica e ambiental.
Como ele diz, lugares remotos geram uma experiência que faz as pessoas voltarem ao básico, proporcionando uma sensação confortável e romântica. Com arquitetura pensada em prol da preservação, equipes acolhedoras, gastronomia cuidadosa, design sofisticado, a African Bush Camps imprime um selo que envolve inovação, empreendedorismo, responsabilidade social e ambiental. Somos fãs deste trabalho.