Um país que preza pelo comer bem

O encontro com chefs de cozinha premiados, produtores de alimentos orgânicos e de vinhos de alta qualidade fez da primeira vez de Bela Gil na Nova Zelândia uma jornada repleta de momentos e sabores marcantes.

Bons anfitriões sempre fazem uma viagem ganhar memórias especiais, ainda mais quando há paixões em comum entre quem viaja e quem recebe. Bela Gil teve essa bela sorte. Notória pesquisadora brasileira de alimentação saudável, ela teve entre seus anfitriões na Nova Zelândia alguns integrantes do Eat New Zealand, movimento nacional que valoriza os produtos nativos da terra e os sistemas de produção sustentáveis do país. Desta conexão de propósitos brotaram experiências que permitiram a Bela conhecer uma faceta real dos neozelandeses: este é um país onde as pessoas comem bem – e sabem receber como ninguém.

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Bela Gil com Angela Clifford, Waipara Valley

 “Todo neozelandês tem uma montanha e um rio. O rio da minha terra é o Hurunui e
aquela é minha montanha, Maungatere. Diz a tradição maori que é assim que devemos
nos apresentar a quem chega. Amamos este lugar e por isso precisamos protegê-lo.
E fazemos questão de cuidar e bem alimentar a nossa gente.”

Angela Clifford

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The Food Farm, North Canterbury – Christchurch

 

Foi assim que a líder do Eat New Zealand, Angela Clifford, recebeu Bela Gil na sua fazenda, a The Food Farm, em uma manhã ensolarada em North Canterbury. Bela estava nos primeiros dias de sua viagem pela Nova Zelândia e já tinha se emocionado na comunidade de Takahanga Marae, também na região de Christchurch & Canterbury, com as boas-vindas maori ao ser cumprimentada com o tradicional hongi – o cumprimento indígena em que os narizes se tocam, para que as pessoas se lembrem que compartilham o ar que respiram, o sopro sagrado da vida. Na fazenda, Bela reparou que novamente a natureza era mencionada como algo essencial. “Neste país as pessoas entendem que fazem parte da natureza.”

 

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Bela Gil com Angela Clifford colhendo amêndoas silvestres em North Canterbury, Christchurch

 

Referência em produção alimentar com uso de técnicas de agricultura orgânica, biodinâmica e permacultura, a The Food Farm inspiraria Bela Gil por ser um exemplo de produção alimentar responsável. Ali são plantados 60 tipos de alimento e há criações de carneiros, porcos, galinhas, perus e patos. Ao longo da experiência de típica vida rural, Bela e Angela colheram salsinhas selvagens e frutos do pé, como maçãs e nozes, que preparariam para o almoço com amigos. Uma rotina que Angela costuma oferecer a viajantes que ali chegam pelo Wwoof, movimento que troca hospedagem grátis por trabalho e aprendizado sobre agricultura sustentável.

 

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The Food Farm, North Canterbury – Christchurch

“Descobri, logo de cara, que a Nova Zelândia tem tudo a ver com a minha ideologia
e meu estilo de vida. As pessoas prezam por uma culinária saudável, por um alimento
orgânico e sem veneno, pela comida de verdade, que vem do campo pra mesa.
Deve ser por isso que os neozelandeses são tão de bem com a vida”

Bela Gil

 

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Prova do vinho Tongue in Groove Chardonnay

 

Nick Gill, marido de Angela, mostrou outra faceta que enche os neozelandeses de orgulho: a sua produção de bons vinhos. Bela se divertiu observando os rótulos divertidos da grife caseira, a Tongue in Groove: eles são ilustrados por montagens com os rostos dos próprios amigos produtores. Vinhos orgânicos e biodinâmicos como aqueles são cada vez mais difundidos no país, como Bela perceberia ao visitar outra vinícola dias depois, a Black Estate, que só trabalha com uvas sem aditivos e colhidas artesanalmente. Bela degustou os vinhos da casa diante das parreiras, na construção de design contemporâneo eleita recentemente o melhor restaurante de vinícola do país.

 

“Nós valorizamos o alimento local e sazonal, a produção sustentável e ética.
Nos importamos com o que cozinhamos e por que cozinhamos.
Por isso queremos que tanto os neozelandeses quanto os visitantes descubram
e façam bom proveito da comida de qualidade que temos em cada canto do país.

Giulio Sturla

 

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O encontro com o chef Giulio Sturla, outro ativista no movimento Eat New Zealand, também levou Bela Gil a constatar como o povo neozelandês busca harmonia no seu dia-a-dia alimentar. Chileno que se apaixonou pela Nova Zelândia e dali nunca mais saiu, Giulio criou em Lyttelton  aquele que foi eleito o melhor restaurante do país, o Roots. Foi em um jantar ali, em meio à celebração do aniversário de seu marido J. P. Demasi, que Bela provou o premiado menu degustação de 13 etapas. Giulio produz parte dos ingredientes que serve – como alho, nozes, mel –, enquanto sua esposa Christy harmoniza tudo com bons vinhos locais. Não por acaso a paixão desses anfitriões encantou Bela Gil, e fez da região de Christchurch e Canterbury o principal polo do país para os amantes da boa mesa saudável.

 

 

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O relato detalhado e as imagens das jornadas dos quatro viajantes podem ser conferidos em outros posts neste blog do Projeto Terramundi Creators. Outras narrativas inspiradoras pessoais estão no Instagram de BelaHeloBobRony e da Terramundi, assim como nas reportagens produzidas pela mídia. Os quatro roteiros criativos produzidos a partir da experiência deles já estão disponíveis. São experiências de uma Nova Zelândia única feita sob medida pela Terramundi.

 

Texto | Daniel Nunes Gonçalves

Imagens | Victor Affaro

Produção | The Upper Air

Parceria | Turismo da Nova Zelândia e Air New Zealand

 

 

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