Depois de mais de um ano sobrevivendo aos excessos de conteúdo e tecnologia, me permiti desplugar. Sentia a necessidade de (re)encontrar minha força, crenças e paixão fora do mundo digital. Seguindo todos os protocolos, embarquei para uma das regiões mais remotas do Pantanal. E como disse o fotógrafo Sebastião Salgado em seu livro Gênesis, a mais bela também: Serra do Amolar.
Corumbá, encantada
Palco da Guerra do Paraguai em 1864 a cidade, hoje, é poesia pura. Talvez por ter sido moradia de Manoel de Barros e ser um mosaico cultural de costumes dos povos latino-americanos vizinhos.
Talvez por ter Sandro Asseff como anfitrião do Museu de História do Pantanal ou pela iniciativa do Instituto Moinho Cultural que ensina arte (que cura) para crianças e jovens das comunidades locais.
Talvez pela viola de ocho de Salim Haqzam, diretor de teatro do Grupo de Experimentos e Truques Teatrais ou talvez, por ser a sede do Instituto Homem Pantaneiro, que com maestria e respeito, faz com que a história e a cultura pantaneira permaneçam vivas.
Sementes do Rio Paraguai
Lá pelas tantas, o barco diminui a velocidade. A primeira parada é na Escola Rural Jatobazinho que possibilita o ensino fundamental para as crianças ribeirinhas e contribui para o desenvolvimento humano e social do Pantanal por meio de ações educativas integradas à preservação do bioma. Um exemplo de que com recurso e boa vontade, é possível promover educação mesmo em lugares remotos.
Foto: Instituto Acaia
Um portal chamado Reserva Acurizal
A vida acontece. E na Serra do Amolar, a sensação é de que a vida acontece nos acasos. Em cada remanso do Rio Paraguai, uma porta se abre. Novos rumos são tomados e, por acaso, se encontra a felicidade. Felicidade ao avistar um animal, ouvir as histórias do guia e brigadista Adriano Kirchner, encontrar Dona Eliane da Associação de Mulheres Artesãs da Barra de São Lourenço, assistir o pôr do sol na Baía da Gaíva – fronteira com a Bolívia – ou simplesmente a felicidade de sentir, perceber com o olhar.
Foto: Rogerio Chelotti
Lucidez
Olho à minha volta e vejo os semblantes serenos de meus companheiros de viagem. Apesar dos estímulos da paisagem que nos rodeia, noto que estão imersos em seus mundos particulares. Presentes, reflexivos e vívidos. Coisas de Pantanal…
No momento seguinte, Manoel, o piloto, nos aponta uma onça. Ela está ali, observando tudo em silêncio, sem dar opinião ou tentar nos convencer de nada, longe de discussões e, por isso, muito lúcida.
Relato de Fabiana Roque
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