Descortinando Soweto

O antigo bairro de periferia restrito aos negros cresceu, se tornou praticamente uma cidade colada à Johanesburgo e caminha para que a realidade de violência se torne apenas uma memória.

 

 

Foi para lá que os viajantes do Projeto TERRAMUNDI Creators seguiram na tarde do domingo, guiados por dois locais: o fotógrafo Monde Nyovane e o designer Pule Magopa. “Lembro de quando nós só podíamos sair daqui para ir ao centro de Johannesburgo, território dos brancos, se comprovássemos que íamos a trabalho”, contou Monde. “Em Soweto, ninguém podia sair de casa depois das 18h”, continuou. A imensa área de casas baixas foi observada a partir de um mirante, assim como campos de futebol e vários shebeens, os botecos locais.

Passaram pelo pequeno estádio onde multidões se reuniam para ouvir a fala de líderes da luta pela igualdade racial como Nelson Mandela e Stephen Biko, conheceram o memorial onde um grupo de estudantes foi assassinado brutalmente em 1976, viram a rua onde dois Prêmios Nobel viveram – Mandela e Desmond Tutu. Não faltou nem uma parada rápida no shopping center local. O passeio serviu para mostrar que não é preciso ter medo de conhecer o Soweto – tanto é que já existem tours organizados de bicicleta pelas ruas do bairro.

Como era domingo, boa parte do comércio estava fechada. Mas deu para o grupo constatar um pouco da cena criativa local visitando a Thesis, uma loja-conceito do universo das bikes e do hip-hop que comercializa de roupas legais a livros de design (e onde chamava atenção a coleção da descolada revista de lifestyle Monocle).

 

 

Se o bairro visitado anteriormente, o Maboneng, tinha sido um prato cheio para amantes do design e da gastronomia como Baba Vacaro e Helena Mattar, a exploração informal pelo Soweto terminou fazendo a alegria da radialista Patrícia Palumbo. Afinal, o passeio terminou com uma rodada de cervejas sul-africanas na companhia de quatro músicos da BCUC, uma banda da vizinhança que pesquisa as tradições africanas. Patrícia fez uma divertida entrevista com o grupo ali mesmo, praticamente em frente à casa onde viveu Nelson Mandela.

Texto Daniel Nunes & Fotografia Victor Affaro e @mzansigirl

 

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