Do Cabo e do mar

A primeira razão para a Cidade do Cabo despertar, há séculos, tamanha paixão entre os viajantes é sua geografia. A imensidão azul que se esparrama aos pés da imponente Table Mountain parece um permanente convite a irmos ao mar.

 

 

Como recusar tamanha tentação nesta que é considerada uma das metrópoles mais cênicas do planeta? Velejadora, nativa do Litoral Norte de São Paulo e apaixonada por natureza, a radialista e ambientalista Patrícia Palumbo encabeçou o grupo de viajantes do Projeto TERRAMUNDI Creators que dedicou um dos quatro dias de estada ali a explorar o universo oceânico da Cidade do Cabo.

O dia ao ar livre começou no Victoria & Alfred Waterfront, agradável região das docas que concentra lojas e restaurantes diante de uma bela marina repleta de focas e gaivotas. Ali o grupo conheceu o navegador Manoel Mendes, um angolano radicado no país e construtor de barcos de primeira linha. Grande contador de histórias o marinheiro. Curiosamente, tem um biotipo que faz lembrar o escritor (e marujo) norte-americano Ernest Hemingway, autor do livro O Velho e o Mar.

 

 

Manoel chamou o grupo a uma mesa sob o sol, degustando cervejas e vinhos sul-africanos, e compartilhou memórias como a de quando preparou o veleiro Picolé, com o qual o brasileiro Beto Pandiani cruzou, em 2013, o Oceano Atlântico desde a Cidade do Cabo até Ilhabela, em São Paulo (praticamente o quintal de Patrícia). Igualmente inspirador é o trabalho de Manoel à frente da Fundação Izivunguvungu, ONG que ensina menores de rua a construir barcos e a amar o mar.

À tarde, o grupo teve o privilégio de velejar pela baía e de observar, de longe, a Cidade do Cabo e a grande montanha que a protege, a Table Mountain. Tanta beleza só pôde ser comparada à visão oposta – quando todos os viajantes desse grupo da TERRAMUNDI subiram de bonde ao topo da grande pedra e avistaram o mar que a rodeia. A mais de 1.000 metros de altitude, a grande montanha ganha todos os tons do amarelo ao vermelho durante o pôr do sol. Uma cena emocionante.

 

 

Vista de cima, a chamada Cape Town permite entender melhor seu nome. A metrópole fica em uma ponta de terra. Dali dá para ver as praias a 15 minutos do centro – como Klifton, Camps Bay, Sea Point – que parte do grupo visitaria em outro dia. Logo adiante, a ilha Robben guarda histórias de quando Nelson Mandela foi um de seus prisioneiros. A paisagem sem fim sugere mais esticadas de carro por lindas estradas entre a montanha e o mar – seja para ver baleias em Hermanus, pinguins em Bolder’s Beach ou pisar no real extremo sul do continente africano – o Cabo da Boa Esperança.

 

 


Texto Daniel Nunes & Fotografia Victor Affaro

 

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