Os espelhos d’água e suas cores imaginárias

Amyr Klink acumula milhas e milhas também percorridas em muitas viagens feitas de moto, especialmente pelo Brasil e toda América Latina. O conceito de viajar com um veículo pequeno e leve agrada ao navegador adepto das escolhas simples e funcionais em todo e qualquer projeto de vida que idealiza.

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Amyr Klink na Laguna Amarga

 

 

“Eu tinha uma mania quando via um rio, um lago. Escondia a moto no mato e pulava pelado. Tinha um caderno de anotações dos lugares onde eu pulei”, rindo, nos contou Amyr durante uma das entrevistas para o filme Torres e Domos (assistam aqui). Foi, aliás, numa dessas viagens de moto, nos anos 70, que Amyr conheceu a região mais austral da América do Sul e se apaixonou pela Patagônia.

 

Durante os dez dias em que passamos juntos pelos cenários coloridos do Parque Nacional Torres del Paine, com suas águas em tons surpreendentes, não foi possível mergulhar. Por isso não podemos culpar o famoso frio patagônico. A atividade não é permitida por um motivo mais do que nobre: a conservação da pureza intocada dos rios, lagos e lagoas da região.

 

Vista para o Lago Pehoé

Vista para o Lago Pehoé

 

Todo o entorno do Parque é repleto de espelhos d’água que contemplam as paisagens mais calmantes e inspiradoras. “Mais do que tudo, do que a beleza dos lagos, dos bosques, o impressionante é a cor da água. Não é um tom de turquesa, são tons diferentes. Mais leitoso, totalmente transparente, mais azul menos azul. O mesmo lago tem colorações diferentes dependendo do aporte de novos rios.”

 

Difícil definir as cores e suas variedades. Azul esverdeado ou verde azulado; leitoso quase cinza ou esbranquiçado; verde ou azul-turquesa. Dependendo do dia e da luz incidente, ainda, cada um cria a sua própria ilusão sobre o que vê.

 

Lago Nordenskjöld

Lago Nordenskjöld

 

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Laguna Amarga

 

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Lago Sköttsberg

 

Subjetividade à parte, foi o nosso guia Pablo Maldonado, da equipe do EcoCamp Patagonia, quem nos explicou um pouco sobre a coloração das águas que está diretamente ligada à quantidade de seus sedimentos. É claro que tudo isso parece ser muito mais complexo e até mesmo misterioso, afinal as cores que vimos por lá são sofisticadas e em alguns casos extremamente vibrantes.

 

“Me fez lembrar o que a gente aprendeu na Antártica ao longo dos anos em relação aos icebergs. Todo mundo acha que os grandes gelos são todos brancos e a verdade é que têm infinitas combinações de pressão no gelo, do gelo doce, o gelo salgado ou o gelo que sofreu muita pressão e perde todo ar assumindo uma coloração escandalosa, e o gelo mais leitoso.”

 

O gelo azulado no Glaciar Grey

O gelo azulado no Glaciar Grey

 

Texto Lila Guimarães  |  Fotos EcoCamp Patagônia  |  Produção The Upper Air

 

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