Bem no ritmo de Cusco

A antiga capital do Império Inca foi palco de um lindo encontro musical de Bem Gil com músicos peruanos.

 

 

Aconteceu logo na primeira noite dos viajantes do Projeto TERRAMUNDI Creators em Cusco, uma das cidades mais charmosas e preservadas da América Latina.

 

Músico de rua: orgulho das raízes latinas, europeias e africanas que formam o DNA da música peruana

 

Depois de mergulhar na cultura, na gastronomia e no artesanato têxtil durante as passagens por Lima e pelos Vales Sagrado e de Lares, a expedição criativa enfim teve seu encontro com a música peruana.

 

A vista da antiga capital inca a partir da Igreja de São Cristóvão: bom lugar para ver o por-do-sol

 

Cusco recebeu o grupo com o charme das luzes amareladas da Plaza de Armas, que iluminam as fachadas de arquitetura colonial espanhola. Sobrados com sacadas de madeira e amplos terraços em seu interior circundam a praça principal, que tem ao centro uma estátua do Rei Sol – venerada especialmente no Inti Raimi, a Festa do Sol, centro do agito em Cusco todo Solstício de Verão, em junho.

 

Templos católicos erguidos nos locais sagrados dos incas: Cusco foi importante para várias culturas

 

Nas ruas que circundam esta e outras praças, como as do boêmio bairro de San Blás, estão evidentes também as marcas dos incas originais, como as grandes paredes de pedras – dispostas tão perfeitamente como as das imponentes ruínas vizinhas de Sacsaywaman, que alguns viajantes fizeram questão de visitar na manhã seguinte.

 

Saqsaywaman. importante ruína colada a Cusco: pedras gigantes alinhadas perfeitamente

 

Ainda se acostumando à altitude de 3.399 metros acima do nível do mar, Bem Gil protagonizou uma dos encontros mais poéticos da viagem. Enquanto o jantar típico peruano era preparado no restaurante El Mercado, ele se juntou aos músicos Leonardo Silva e Wendell Nuñez Del Prado para uma jam session.

 

Leonardo Silva e Wendell Nuñez Del Prado tocando com Bem Gil: conexão criativa Peru-Brasil

 

Primeiro um be-a-bá da música local foi apresentado por Léo, que é responsável pelas rotas culturais da Mountain Lodges of Peru – como a do Vale de Lares, que os Creators acabavam de percorrer. Ele tocava violão e Wendell, um violino.

 

Leonardo Silva e Wendell Nuñez Del Prado tocando com Bem Gil: conexão criativa Peru-Brasil

 

Bem acompanhou a dupla com seu violão, que já tinha embalado boa parte da viagem de van pelas estradas de Lares nos dias anteriores. Depois, apresentou um pouco da boa música brasileira aos colegas peruanos. Dias antes, em Lima, Gil tinha se encontrado com músicos brasileiros radicados na capital peruana. “A música local é bem diversa, e mistura influências dos colonizadores europeus, dos escravos africanos e também de países vizinhos latinos”, resumiu o músico e compositor, que é filho de Gilberto Gil e integra a banda carioca Tono.

 

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Zampoña, a famosa flauta andina: onipresente nos pontos turísticos do Peru

 

Ainda que todo turista conheça a zampoña, a típica flauta andina, a música do Peru vai bem além disso. Léo e Wendell tocaram o clássico Flor de Canela. “Essa música está para o Peru como a Garota de Ipanema está para o Brasil”, resumiu Léo. Ele mostrou exemplos da chamada música criolla, que tem influência até da valsa vienense. Outro ritmo, a marinera, comum no litoral, já tinha sido ouvido pelo grupo durante visita à feira orgânica de Miraflores, Lima.

 

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Grupo La Esquina Musical tocando músico criolla em Lima: introdução aos ritmos regionais do Peru

 

 

Ao final da conexão criativa musical e do jantar – com direito, é claro, a ceviches e pisco sour –, o grupo seguiu para explorar outra faceta da música peruana: a música popular dançante. A vida noturna de Cusco é respeitada mundialmente por não ter hora pra acabar e por reunir a animada juventude que vai fazer – ou acaba de completar – as muitas trilhas incas até a cidade sagrada de Machu Picchu.

 

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Bem Gil no alto da trilha que leva a Pisac, no Vale Sagrado

 

 

Como os bares não cobram entrada, a turma pôde conhecer e se jogar na pista do Ukukos, do Mama África e do Garabatos – este último, com típica música latina dançante frequentado basicamente por peruanos, acabou sendo a grande descoberta da noite. Afinal, foi mais uma oportunidade de interação do time de criativos brasileiros com os anfitriões peruanos. Não por acaso, a festa durou até nada menos que 4 horas da manhã.

 

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Amanhecer no Vale Sagrado: enquanto uns viajantes acordam para caminhar, outros voltam da balada

 

Texto Daniel Nunes

Fotos Victor Affaro 

 

 

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