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Altas aventuras, Mount Cook

Ao explorar o Mount Cook a pé, de bike, em bote e no ski-plane, o skatista Rony Gomes entendeu porque esta é a montanha mais desejada do país

 

Aoraki para os maori, Mount Cook para os ingleses. Com 3.725 metros,  o maior pico da Nova Zelândia é tão importante para a cultura e a geografia do país que ficou conhecido por estes dois nomes: um, batizado pelos primeiros habitantes dessas ilhas, outro registrado pelos europeus que chegaram mais tarde. Polo central do Parque Nacional do Aoraki/Mount Cook, a grande montanha brilha em uma reserva incrivelmente cênica com 23 picos acima de 3.000 metros de altura, além de glaciares a perder de vista, como o Tasman, com 27 quilômetros de extensão.

 

Com tantos superlativos, o lar das mais altas montanhas e das mais longas geleiras da Nova Zelândia se tornou um destino amado pelos apaixonados por atividades na natureza do mundo todo, como o brasileiro Rony Gomes. O skatista presenciou uma peculiaridade marcante: diferente de outras grandes montanhas do planeta, como o Everest, o Aoraki/Mount Cook é incrivelmente acessível. Dá para observá-lo o tempo todo a partir da vila mais próxima, da estrada e das trilhas. E, ainda que a escalada seja privilégio de heróis, passear no seu entorno é algo possível para todos.

 

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Playground do primeiro homem a subir o Everest

Principal campo de treinamento do neozelandês Edmund Hillary, primeiro homem a conquistar o Everest em 1953 (ao lado do sherpa Tenzing Norgay), o Mount Cook fica na região de Christchurch & Canterbury, na Ilha Sul. A charmosa  vila alpina de Mount Cook Village é a base para visitantes. Chega-se ali depois de uma viagem de 2h30 de carro desde a cidade de Timaru, à beira-mar. Foi ali que pousou o voo de Rony Gomes vindo de Wellington, onde o skatista havia praticado seu esporte favorito em half-pipe, bowl e nos calçadões da baía local.

 

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Trekking no Hooker Valley, aos pés do Mount Cook

Da pequena Vila de Mount Cook, que abriga hotéis e restaurantes, partem 10 trilhas de curta duração, que podem ser percorridas em poucas horas cada uma. Rony optou por percorrer aquela considerada a mais bela, a do Hooker Valley. Bem-demarcado e sinalizado, o caminho beira riachos formados pelo derretimento de gelo dos glaciares, dá vista para o Aoraki/Mount Cook em boa parte da jornada e surpreende pelos projetos de engenharia de suas pontes suspensas.

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Entre os icebergs do Lago Tasman

Alguns dos 72 glaciares que cobrem 40% dos 700 quilômetros quadrados do parque podem ser explorados em trekkings com grampões nas botas. De outubro a maio, o Tasman, maior glaciar do país, pode ser visto a partir de um bote inflável da Glacier Explorers que navega no lago de águas azuis formado por seu degelo. Depois de navegar driblando alguns icebergs, Rony viu a geleira de frente, como um muro de 30 metros de altura acima da superfície da água. “A natureza é espetacular, mas fiquei chocado  com o impacto do aquecimento global nos glaciares”, diz Rony, após ver nas pedras a marca de quando a parede de gelo media 150 metros.

 

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Sobrevoo de ski plane com pouso na geleira

Nenhum ângulo é mais marcante para observar tanto o Mount Cook quanto o  Glaciar Tasman do que o de cima, do alto de um dos aviões e helicópteros com esqui. Como se não bastasse ver o cenário de montes nevados e lagoas de altura em tons de verde e azul a partir de um ski plane da Inflite Experiences, Rony ainda viveu a experiência de sentir os esquis da aeronave deslizarem na neve, no pitoresco Glaciar Tasman. “Foi um dos lances mais irados que já vivi em toda a minha vida”, disse.

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Pedalada ao redor do Lago Pukaki

O melhor da jornada praticando esportes outdoor na Nova Zelândia é que, quanto mais tempo se tem, mais modalidades de atividades na natureza pode-se praticar. Na viagem de carro de volta do Mount Cook para Timaru, uma das paradas mais sedutoras para correr ou pedalar é à beira do Lago Tekapo, com suas águas azuis turquesa onde são refletidos os picos nevados da região. A trilha cruza corredores de árvores avermelhadas pelo outono e faz parte do circuito de 300 quilômetros da Alps 2 Ocean Cycle Trail, que liga o Mount Cook ao mar e que costuma ser feito em 6 dias.

 

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A essa altura da viagem, Rony Gomes só tinha parte do dia livre e decidiu curtir de bike os arredores de outro lago igualmente lindo, o Pukaki. O skatista, é claro, voltou da Nova Zelândia apaixonado pela região de Mount Cook – e planejando fazer a pedalada completa quando voltar ao país.

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O relato detalhado e as imagens das jornadas dos quatro viajantes podem ser conferidos em outros posts neste blog do Projeto Terramundi Creators. Outras narrativas inspiradoras pessoais estão no Instagram de BelaHeloBobRony e da Terramundi, assim como nas reportagens produzidas pela mídia. Os quatro roteiros criativos produzidos a partir da experiência deles já estão disponíveis. São experiências de uma Nova Zelândia única feita sob medida pela Terramundi.

 

Texto | Daniel Nunes Gonçalves

Imagens | Victor Affaro

Produção | The Upper Air

Parceria | Turismo da Nova Zelândia e Air New Zealand

 

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Auckland, metrópole para slow travelers

O fotógrafo Bob Wolfenson descobriu o prazer de viajar devagar entre as artes e os vinhos do maior centro urbano e econômico neozelandês

Uma cidade grande rodeada por água, de clima ameno e que respira qualidade de vida. Com um ambiente que passa longe do stress de outras metrópoles do mundo, Auckland é o melhor portal de entrada que a Nova Zelândia poderia ter. Que o diga o fotógrafo Bob Wolfenson, um viajante urbano contumaz, que aterrissou na maior cidade do país disposto a explorar sua cena artística, gastronômica e cultural. “Gosto de andar sem pressa pelas ruas observando as pessoas e as coisas feitas pela mão do homem, como as artes e a arquitetura”, costuma dizer Wolfenson. Ele é o que se convencionou chamar de slow traveler, estilo de globetrotter que aprecia fazer uma coisa de cada vez, sem pressa ou ansiedade de visitar muitos lugares em pouco tempo.

 

O movimento da Queen Street

Fotógrafo dos mais respeitados do Brasil, Bob escolheu a metrópole de cerca de 1,5 milhão de habitantes para dar continuidade ao seu projeto Nósoutros. Desde 2012 ele fotografa pedestres que esperam para atravessar ruas e avenidas em cruzamentos movimentados do mundo todo. O principal ponto onde Bob Wolfenson se instalou, com tripé e câmera de médio formato, foi o encontro da Queen com a Victoria Street. Enquanto a Rua Queen, que liga o Centro de Auckland aos píers da beira-mar, é reconhecida como principal rua de comércio, a Rua Victoria vive movimentada por ligar a Sky Tower, emblemática torre do skyline local, com o verde Albert Park, ao lado da Universidade de Auckland.

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Imersão na diversidade artística

Fica diante do Albert Park a Auckland Art Gallery, principal parada para amantes da arte neozelandesa na cidade. Ali a guia Alexia Smaill apresentou a Bob Wolfenson o acervo permanente e a mostra Os Retratos Maoris, do pintor Gottfried Lindauer. Retratadas no final do século 19, personalidades da etnia considerada a primeira a povoar o país – algumas com tatuagens impressionantes nas faces – mostram a riqueza cultural dessa nação que mistura raízes polinésias e inglesas. Ao caminhar pelas ruas, Bob Wolfenson já tinha observado o cosmopolitismo local, com imigrantes de várias partes do mundo.

 

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Bairros revitalizados em alta

O movimento slow travel defende que as jornadas sejam mais relaxadas e tranquilas, em contraposição ao turismo pinga-pinga, em que o viajante mal tem tempo de entrar no clima do lugar. Menos preocupado em conhecer cartões-postais e mais interessado em experienciar a Auckland dos moradores, Bob Wolfenson fez questão de perambular por cafés, antiquários e boutiques de Ponsonby, vizinhança mais criativa da atualidade. Em Britomart, o recém-revitalizado bairro à beira do píer foi o destino favorito para restaurantes autorais como o Ortolana, que produz seus alimentos frescos em fazenda própria, e o Amano, com um ambiente rústico tão agradável quanto seu menu de inspiração italiana. E a uma quadra dali, todo o chamado Waterfront mostrou, ao longo do calçadão diante da marina, a geografia privilegiada do Golfo de Hauraki – e as atrações que vieram com a reurbanização, como as lojas e restaurantes dos chamados Wynyard Quarter e Viaduct Harbour. Entre as paradas possíveis brilha o Museu Marítimo da Nova Zelândia, que conta sobre a paixão local pelo universo náutico.

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De hidroavião e barco para as vinícolas

Nenhuma visita imersiva a Auckland seria completa sem um passeio vagaroso à ilha de Waiheke, famosa por abrigar 34 vinícolas. Também detentora de belas praias e povoados charmosos, Waiheke pode ser acessada em uma viagem de 40 minutos por balsa desde o porto turístico de Auckland. Esse foi o jeito que Bob voltou da ilha, com direito a fotografar o skyline da metrópole ao longe. Na ida, o acesso havia sido repleto de adrenalina: de hidroavião. Em um legítimo De Havilland DC-2 Beaver 1961, raridade da aviação mundial,  Bob Wolfenson sobrevoou algumas das 54 ilhas da região. A aterrisagem aconteceu em pleno mar, à beira da praia na ponta Leste de Waiheke, embelezada pela videiras da vinícola Man o’War. Um degustação de vinhos ali, de frente para o mar, outra ilha adentro – esta harmonizada com a gastronomia local na cênica vinícola Mudbrick. Foi o desfecho ideal para os dias de Bob Wolfenson em Auckland,  em um roteiro para bons vivants apreciadores dos bons – e lentos – prazeres da vida.

 

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Texto | Daniel Nunes Gonçalves

Imagens | Victor Affaro

Produção | The Upper Air

Parceria | Turismo da Nova Zelândia e Air New Zealand

 

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O melhor da natureza neozelandesa, pela estilista Helo Rocha

8 experiências em meio à paisagem de Queentown, na Ilha Sul, e Rotorua, na Ilha Norte, que marcaram a viagem da estilista

 

Apaixonada pela natureza que inspira suas criações, a estilista Helo Rocha dedicou boa parte de sua jornada pela Nova Zelândia a explorar a geografia variada do país. “Fiquei impressionada com as paisagens, que mudam muito sem que se precise deslocar muito”, conta ela, que concentrou seus dias em duas cidades, Queenstown, na Ilha Sul, e Rotorua, na Ilha Norte. Além de conhecer o universo têxtil neozelandês em uma visita a uma fazenda de produção de lã merino e em encontros com artistas maori, ela mergulhou naquilo que o país tem de mais único e preservado: a natureza. Conheça suas experiências favoritas:

 

8) Arvorismo em floresta com light designing: 

Uma vivência noturna absolutamente sensorial e estética para ficar gravada nas retinas: o Red Woods Treewalk é uma floresta de sequoias – algumas com mais de 70 metros de altura – que foi adaptada para proporcionar uma aventura light de arvorismo nos arredores de Rotorua. Caminha-se por 23 pontes suspensas entre as copas das árvores observando as belas luminárias desenhadas pelo light designer David Trubridge, britânico que adotou a Nova Zelândia como lar.

 

 

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7) Caminhada à beira do Lago Wakatipu

Ao desembarcar em Queenstown, se hospedar no lodge The Rees e se encantar com aquele encontro harmônico das montanhas com o Lago Wakatipu à beira da cidadezinha cheia de charme, Helo não teve dúvidas: saiu para uma caminhada de reconhecimento do pedaço à beira do lago de águas azuis. Dias depois, ela faria um passeio de barco no mesmo lago, dessa vez para visitar a fazenda de criação de ovelhas merino na fazenda Walter Peak.

 

 

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6) Lama borbulhante no centro da cidade

Localizada em uma área de intensa atividade vulcânica, Rotorua abriga, em pleno centro urbano, um parque público repleto de poços de água fumegante e lama borbulhante. O Kuirau é um parque vivo, que surpreendeu Helo por ter uma atividade térmica vigorosa e incessante. A paisagem remete a outra maior que se pode ver na White Island, ilha da região onde um vulcão ativo pode ser visitado.

 

 

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5) Ver Queenstown do alto do Bob’s Peak

Para entender melhor a geografia de Queenstown, Helo embarcou na Gondola Skyline – uma espécie de funicular – para subir ao alto dos 1748 metros de altitude do Bob’s Peak. De cima do pico se tem uma vista privilegiada da cidade de 28 mil habitantes, conhecida como capital da aventura para atividades como bungee jump e skydive. Na descida, caminhou entre cafés, lojas e restaurantes à beira do Lago Wakatipu, que no outono fica ladeado por árvores avermelhadas.

 

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4) Almoço maori em meio aos gêiseres

Com 60 hectares de atividade geotermal, o Te Puia é um parque natural e cultural da comunidade maori de Rotorua. Fica ali o Pohutu, mais famoso entre vários gêiseres vizinhos que jorram água fervente e fumaça vulcânica. No almoço, Helo Rocha pôde acompanhar o preparo de um prato típico cozido na água fervente dos poços do local. Tudo em meio a uma aula de cultura maori.

 

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3) Cruzeiro entre fiordes e cascatas

Na região de Queenstown, o fiorde Milford Sound e seus fiordes vizinhos extasiam os viajantes por seu cenário de abismos cobertos por picos nevados e glaciares. O derretimento da neve e do gelo forma cascatas gigantes que despencam pelos paredões até caírem nos braços do Mar da Tasmânia. Foi em um cruzeiro com este visual que Helo navegou no Parque Nacional dos Fiordes. O ponto de partida do passeio de barco pode ser acessado por terra ou por ar.

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2) Tomar banho de cachoeira de água quente

Eis uma atividade rara, que não existe no Brasil e em quase lugar algum do mundo. As cascatas de Kerosene Creek se sucedem em um rio sobre as placas geotermais do entorno de Rotorua e são naturalmente quentes. Funciona como um spa – a cidade é cheia deles –, mas um spa absolutamente natural. Fica no meio da floresta, sem luxo, acessível por trilha. Uma experiência de outro mundo.

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1) Sobrevoar o Parque Nacional de Fiordland

Espetáculo de adrenalina e beleza, o voo de helicóptero sobre o Parque Nacional de Fiordland é daquelas experiências que todo mortal deve ter ao menos uma vez na vida. A aeronave da cia Over The Top Helicopters decola de Queenstown e sobrevoa picos nevados, lagos de altitude e florestas preservadas. É possível aterrissar na praia ou no alto de um platô de neve – que foi a escolha de Helo Rocha e dos amigos Bela Gil e seu marido J. P. Demasi. Uma experiência para compartilhar e não esquecer jamais.

 

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Texto | Daniel Nunes Gonçalves

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Os neozelandeses vestem cultura

Ao viajar pela Nova Zelândia, a estilista Helo Rocha notou como a cultura maori ganha espaço na moda e no design do país – e em harmonia com influências dos colonizadores britânicos, como o uso da lã merino, tida como a melhor do mundo

Último país a ser povoado no planeta, a Nova Zelândia é reconhecida como um destino cool, voltado para o futuro, high-tech. Ainda que tenha população, imagem e alma jovens, a pequena nação da Oceania valoriza cada vez mais seu passado. Especialmente as duas principais heranças genéticas: a dos maori, primeiros desbravadores polinésios que teriam chegado ali por volta dos anos 1300, e a dos britânicos, que começaram a povoação, de fato, só no século 19.

A estilista Helo Rocha, convidada pelo Projeto Terramundi Creators a observar a Nova Zelândia com seu olhar atento a moda, design e estilo, notou bem essa mistura harmônica das origens neozelandesas em suas experiências tanto na Ilha Norte quanto na Ilha Sul. Diretora criativa da Atelier Le Lis, linha especial de alta costura da grife Le Lis Blanc, ela percorreu uma rota que alia a nova economia criativa do país com outra de suas paixões: a natureza. “É dos elementos naturais que vêm boa parte da minha inspiração para criar”, diz Helo.

 

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Helo Rocha ficou encantada com o uso de pedras e conchas costuradas à mão em estruturas de palha nos trajes tradicionais, que conheceu ao visitar o Te Puia, Centro de Cultura Maori em Rotorua. A cidade fica na Ilha Norte e é considerada a capital da população maori no país. No Te Puia, além de conhecer as escolas de tecelagem e de escultura em madeira e em pedra – todas abertas ao público –, Helo teve tatuado um símbolo maori no braço. A tatuagem foi feita por Arekatera Maihi, o Katz, um dos poucos líderes atuais que preserva o hábito maori secular de ter todo o rosto tatuado.

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Também o design contemporâneo tem valorizado as raízes maori, como Helo Rocha conferiu ao conhecer de perto o trabalho dos jovens joalheiros da grife Mountain Jade e da estilista Adrienne Whitewood. Uma das maiores revelações da nova geração de estilistas do país, a maori Adrienne usa seu conhecimento familiar para compor os tecidos, texturas e grafismos das peças da grife que leva seu nome.

 

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Há 7 anos pouca gente valorizava a cultura maori, as pessoas só conheciam a kappa haka
do All Blacks dos jogos de rugby. A beleza da nossa arte começou a ser popularizada
lá fora por estrangeiros como o estilista Jean Paul Gautier, o músico Ben Harper
e a grife Coco Chanel, que começaram a usar nossas referências em seu trabalho.
Hoje os neozelandeses se orgulham dessa faceta da nossa identidade nacional.

Adrienne Whitewood, estilista

 

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Dos colonizadores britânicos a Nova Zelândia herdou, assim como a língua e o rugby, também sua tradição rural pastoril. Por todo o país, campos pontilhados de ovelhas embelezam as paisagens do interior. Para interessados na cultura têxtil, como Helo Rocha, o destaque dessa produção são as ovelhas da raça merino. “Ela é considerada uma das melhores lãs do mundo, se não a melhor, e por isso custa caro”, diz Helo. Ao viajar a Queenstown, no Sul do país, Helo teve a oportunidade de conhecer o processo da produção na Fazenda Walter Peak.

 

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Temos o privilégio de criar cerca de 20 mil ovelhas merino nesta geografia especial
à beira do Lago Wakatipu. São 24.000 hectares de terra que pertencem à família
Mackenzie desde 1860. E nos orgulhamos de receber bem e de mostrar nosso
cuidado para produzir a melhor lã do mundo – uma lã que dura, que não pega
cheiro e que tanto aquece quanto refresca o corpo.

James Clouston, fazendeiro

 

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Em um cenário que contrasta o campo repleto de ovelhas, o lago Wakatipu bem azul e os picos nevados de 800 metros de altura, Helo Rocha teve um panorama da rica cultura têxtil da Nova Zelândia. Dessa vez, a tradição inglesa fazia a diferença. A boa acolhida do gerente James Clouston, da Fazenda Walter Peak, de Queenstown, tinha uma feliz semelhança com a recepção da estilista, do tatuador e dos joalheiros maori de Rotorua: em todos os casos, os anfitriões receberam Helo Rocha de braços e sorrisos abertos. Estavam orgulhosos por exibirem as diferentes origens da cultura neozelandesa.

 

 

 

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Dormindo sob as estrelas

Um tipo de hospedagem de imersão na natureza, em confortáveis cabines de vidro isoladas em fazendas típicas, está inovando os conceitos de hotelaria sustentável na Nova Zelândia. Bela Gil dormiu em uma delas. E aprovou.

Paredes, teto e até chão de vidro. Com design minimalista, uma série de cabanas transparentes tem atraído viajantes do mundo todo para a região de Christchurch e Canterbury, na Ilha Sul da Nova Zelândia. Batizadas de Pure Pod, elas oferecem uma experiência aconchegante de imersão na natureza que instiga os sentidos sem o desconforto de um camping e indo além das barracas de luxo dos gamplings. Bela Gil se hospedou em um deles e comprovou: nestas espécies de chalés high-tech sustentáveis, nunca se fecha as cortinas para o espetáculo do cenário natural neozelandês.

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“Foi uma das noites mais bonitas, se não a mais bonita da minha vida. Dormimos em uma cabana toda de vidro no alto da montanha. As muitas estrelas estavam bem próximas da gente, parecia que iam cair no nosso colo. Me senti próxima e totalmente incluída na natureza. Foi uma experiência muito emocionante.”

Bela Gil

 

 

Criadas por Grant Ryan, um empreendedor neozelandês famoso por inventar start-ups de sucesso, as cabines de vidro se tornaram uma concorrência forte também para os hotéis por seu bom modelo de negócio. Absolutamente sustentáveis, cada uma das cinco unidades espalhadas pela região foi implementada em parceria com os donos das fazendas onde estão instaladas – sempre lugares lindos onde os hóspedes têm privacidade total. Os fazendeiros cedem o espaço, recebem o hóspede e cuidam da manutenção do dia a dia, enquanto a Pure Pods constrói o chalé de vidro e maneja as reservas e a tecnologia envolvida para que os serviços funcionem.

 

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“Caminhamos pelos campos durante o dia, cozinhamos, tomamos vinho e pegamos no sono observando estrelas”, conta Bela, que se hospedou com o marido J. P. Demasi na cabana de Manakau, a 2h30 da cidade de Christchurch. O casal teve como anfitrião o fazendeiro Tony Blunt, um criador de gado e ovelhas da raça merino que celebra ter ganho uma renda extra depois de instalar a cabine de 20 metros quadrados em um platô a 1 quilômetro de sua casa, com vista para os picos nevados das montanhas de Seaward Kaikoura. Blunt levou as malas do casal em uma espécie de trator, enquanto Bela e J. P. subiram por uma bela trilha que cruza uma florestinha.

 

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“A cabana não tem sinal de internet de propósito, para que os hóspedes ouçam o som da mata, estejam realmente presentes na natureza. A energia vem dos painéis solares, que acionam o aquecedor, esquentam o chuveiro e o piso. Da nascente vem a água potável, que depois é tratada antes de voltar para a terra.”

Tony Blunt, fazendeiro

 

 

O maior trunfo do Pure Pod é o isolamento natural que proporciona – e que traduz o slogan da Nova Zelândia, de ser um país 100% puro, natural. Bela notou este estilo de vida saudável já em Christchurch, a terceira maior cidade do país, onde começou a viagem (a hospedagem foi no The George). Com cerca de 370 mil habitantes, ela é a principal base para viajar pela Ilha Sul, famosa pela natureza preservada. O casal pedalou por ruas e parques, conheceu o grafitti e uma galeria de arte, visitou o mercado de produtos orgânicos Wholefoods . As principais experiências gastronômicas da viagem também aconteceram em Christchurch e nos arredores, como a visita à Fazenda The Food Farm, o restaurante Roots e a vinícola Black Estate.

 

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Outra vantagem do Pure Pod de Manakau reside no fato de estar a apenas 20 minutos da praia de Kaikoura, principal ponto do país para observação de baleias. Em um pequeno avião da Wings over Whales, Bela e J. P. observaram cachalotes e jubartes, além de dezenas de golfinhos nadando juntos naquele pedaço especial do Pacífico ladeado por picos nevados. Do alto, eles notaram que a cadeia de montanhas era familiar. Tratava-se da mesma Seaward Kaikoura que eles viam de dentro do cabana de vidro onde passaram uma das noites mais especiais de suas vidas.

 

 

 

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Um elo intuitivo – Domos, Amyr e o EcoCamp Patagonia

A primeira vez que Amyr Klink viu um domo geodésico ele não esquece. A estrutura de uma semiesfera tinha beleza estética, mas ainda não parecia fazer sentido. De todo modo, ali estava o navegador curioso e interessado diante da escultura feita de triângulos, pentágonos e hexágonos encaixados numa harmonia de rara precisão.

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