Abrindo o apetite

Como entrada, os sabores de Lima. A chef Bel Coelho conduz os viajantes pelo melhor da boa mesa na capital peruana.

 

 

O pôr-do-sol no Oceano Pacífico visto a partir da beira-mar de Lima

O pôr-do-sol no Oceano Pacífico visto a partir da beira-mar de Lima

 

Sabe quando você desembarca do avião faminto e não vê a hora de comer bem, com calma, uma boa comida local? Os viajantes do Projeto TERRAMUNDI Creators viveram essa situação ao pousar em Lima e tiveram o desfecho mais espetacular possível: a primeira refeição da viagem aconteceu justamente no Central, o quarto melhor restaurante do planeta segundo o ranking da Revista Britânica Restaurant – que também lhe premiou como o número 1 da América.

 

_MG_4968

A delicadeza de um prato do Central: deleite aos olhos, êxtase ao paladar

 

Não poderia haver boas-vindas melhores. O proprietário da casa no bairro de Miraflores, o chef Virgílio Martinez, amigo da chef Bel Coelho, fez questão de explicar um a um o menu-degustação de 17 etapas. “Nossos pratos são criados depois de uma pesquisa minuciosa de ingredientes que temos em cada região do Peru”, contou Virgílio, que mantém uma equipe do seu projeto de pesquisa, o Mater, nos arredores de Cusco.

 

Um das etapas do menu degustação de 17 etapas: deleite no quarto melhor restaurante do mundo

Um das etapas do menu degustação de 17 etapas: Central é quarto melhor restaurante do mundo

 

Belos como obras de arte, os pratos são apresentados conforme a altitude do local onde são produzidos, variando desde os moluscos a 20 metros submarinos do prato Suelo de Mar até o achiote, árvore nativa que cresce 3.900 metros acima do oceano e que é usada no prato batizado Altiplano y Ceja.

 

_MG_4983

Em ação, Virgílio Martinez, o mago do Central: seus pratos parecem obras de arte

 

Todas as outras refeições de Lima foram escolhidas, é claro, com base na pesquisa prévia que Bel tinha preparado. O Chez Wong, em La Victoria, arrebatou a todos primeiro pela comida: um ceviche básico de linguado com limão, cebola, ají e sal seguido de outro linguado feito na woki com cogumelos, acelga, fungo orelha de macaco e melão.

 

O mestre do Chez Wong: discreto e sempre usando a boina branca

O mestre do Chez Wong: discreto e sempre usando a boina branca

 

Mas parte do charme do lugar reside no fato de todos os comensais das 10 mesas terem de estar ali pontualmente às 13h (de terça a sábado) para que o chef Javier Wong cozinhe tudo de uma vez, ali na frente de todo mundo. Filho de mãe peruana e pai chinês, essa senhor de poucas palavras e sempre de boina branca é o melhor retrato da comida chifa, que mistura as duas influências.

 

O chef Javier Wong, do Chez Wong: meio chinês, meio peruano

O chef Javier Wong, do Chez Wong: meio chinês, meio peruano

 

Os outros dois favoritos de Bel Coelho também traduzem bem a surpreendente cozinha peruana. No Osso Carnicería y Salumeria, em La Molina, o chef-açougueiro Renzo Garibaldi mostra que a gastronomia local vai bem além dos ceviches. Sua sucessão de carnes deliciosas lhe alçaram ao posto de 34o melhor restaurante da América Latina. Em quinto lugar desse mesmo ranking vem o Maido, em Miraflores. Ali Bel se deliciou com o menu-degustação de 16 etapas que o chef Mitsuharu, o Micha, batizou de Nikkei Experience. O delicioso cardápio nipo-peruano arremata nossa lista de restaurantes representativos da comida peruana contemporânea. E justifica o porquê de Lima ter se tornado o principal destino gastronômico do continente – e um dos melhores do planeta.

 

Renzo Garibaldi, o chef-açougueiro: Lima é muito mais que bons ceviches

Renzo Garibaldi, o chef-açougueiro: Lima é muito mais que bons ceviches

 


Texto Daniel Nunes & Fotografia Victor Affaro

 

INSPIRADO PELO QUE LEU?

FAÇA ESSE MESMO ROTEIRO!

DÊ O PRIMEIRO PASSO AQUI!

Você também vai gostar